Sejam bem-vindos!

Amigos,
Duas vezes por mês deixarei um pequeno artigo sobre coisas que a tradição, a sabedoria popular, a imprensa, as frases prontas e os clichês nos fizeram acreditar!
Os textos anteriores ficarão em três pastas: "Vamos aos Fatos", "Deixe o Cara" e "Atualidades". Sugiro ler os artigos a partir do primeiro; e à noite tem mais clima!
A intenção é lançar o tema para discussão. E a discussão pode ficar bastante interessante. A vantagem é que daí, pessoalmente não precisaremos falar nada sério. Espero que gostem, comentem sobre o tema, curtam, acrescentem, discordem, expliquem melhor, coloquem reflexões, frases... e indiquem aos amigos para que façamos um grupo aberto pensante.
PENSAR MAIS, ACREDITAR MENOS!
Divirtam-se, Carlos Nigro

quinta-feira, 12 de julho de 2012

“Amar os pais.” Você entende mesmo isso? Amor - Parte 6.




Ideia Central:
Amor pelos pais = Respeito + Gratidão + Amizade (em quantidades variáveis)
O filho cresce, tem outras experiências, outras influências (professores, amigos); fica mais independente; desenvolve sua individualidade e sua personalidade singular.
O amor pelos pais é um aconchego físico. O amor pelos amigos é intelectual.(1) O esfriamento das relações familiares se estabelece graças à aproximação maior com os amigos e ao próprio desenvolvimento da personalidade.
Por isso o amor egocêntrico pelos pais ou avós termina com o passar dos anos - simplesmente porque a pessoa saudável cresce.
Pais e filhos saudáveis e independentes diminuem a hierarquia e a identificação quase absoluta.
O ambiente sem hierarquia e de adultos saudáveis é o adequado para a amizade se fortalecer. A saída é a transformação para um amor de AMIZADE - a agradável sensação de estar junto.
O filho adulto e saudável deve RESPEITAR os pais só por serem seus pais.
Deve sentir imensa GRATIDÃO pelos pais que o amaram tanto e lhe proporcionaram tantas coisas.
Se não houver amizade o amor será deficiente. Apenas gratidão e respeito fazem um relacionamento de solidariedade ou de generosidade.

RESPEITO + GRATIDÃO + AMIZADE = AMOR-PAIS. Os três ingredientes em quantidades singulares para cada relacionamento filho(a)-pai/mãe. Respeito é o único obrigatório. Gratidão se houver muito a agradecer. Amizade só pode ser espontânea.
Mas, importante, os pais não devem fazer as coisas pelo filho esperando nem amizade nem gratidão, só respeito.
“Mas os pais esperam de seus filhos pelo menos um “muito obrigado” por tudo o que fizeram e pelos 200 mil reais gastos!(2)
Bem, se eles esperavam o “muito obrigado” então a relação deles com os filhos nunca foi de amor, mas de solidariedade.
Sendo solidariedade, o filho solidário cuidaria e pagaria os gastos de saúde e de subsistência dos seus pais até os 200 mil reais (cada um tem direito a 100 mil reais). A partir desta quantia não faz sentido ser solidário porque o idoso não terá nada mais a oferecer em troca. Restaria ser moral, generoso (uma atitude mais nobre que a dos pais com ele) ou indiferente e esquecer o idoso no asilo.
Mas o filho deve respeitar e “honrar pai e mãe”(3) - para o próprio bem - é o mínimo necessário para o seu bom desenvolvimento emocional.


Pais saudáveis não tem carência (afetiva ou financeira) crônica e se apóiam nas redes de solidariedade: planos de previdência e de saúde e pessoas conhecidas (amizades leves).

Com o passar dos anos as carências (afetiva ou financeira) aumentam e a dependência dos filhos aumenta. A relação se torna assimétrica, por isso a amizade diminui.
O amor verdadeiro (doação) será tão importante quanto aquele dispensado ao bebê - quem ama, cuida. Este amor será movido pelo AMOR-PAIS: pela amizade, pela gratidão e pelo respeito - em doses variáveis.

Se não houver amor; a moral (“Você visitou mamãe no asilo ou era minha vez?”), a solidariedade ou a generosidade servem para suprir sua falta (impossível obrigar alguém a amar).
“É bom ter amigos.”
Você acredita mesmo nisso?
Notas:
1)  Intelectual, não para serem amigos intelectuais (até impossível para crianças ou adolescentes), mas para conversas sem hierarquia. A família se enfraquece porque para o desenvolvimento da personalidade nesta fase da vida o contato com os outros é mais importante que com os pais.
2)  Estimativa, para a classe média, de gastos até a faculdade (não está com os juros compostos).
3)  Os 10 mandamentos.



* Se você é pai/mãe, leia como filho em relação a seus pais - raciocine pela sua própria experiência real.