Sejam bem-vindos!

Amigos,
Duas vezes por mês deixarei um pequeno artigo sobre coisas que a tradição, a sabedoria popular, a imprensa, as frases prontas e os clichês nos fizeram acreditar!
Os textos anteriores ficarão em três pastas: "Vamos aos Fatos", "Deixe o Cara" e "Atualidades". Sugiro ler os artigos a partir do primeiro; e à noite tem mais clima!
A intenção é lançar o tema para discussão. E a discussão pode ficar bastante interessante. A vantagem é que daí, pessoalmente não precisaremos falar nada sério. Espero que gostem, comentem sobre o tema, curtam, acrescentem, discordem, expliquem melhor, coloquem reflexões, frases... e indiquem aos amigos para que façamos um grupo aberto pensante.
PENSAR MAIS, ACREDITAR MENOS!
Divirtam-se, Carlos Nigro

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O MUNDO REAL & o MUNDO das IDEIAS

   Na Atenas democrática de Sócrates, o pai da filosofia, a verdade era determinada pela maioria ou simplesmente decretada pelo governante de turno. Aquele que se opusesse ao coletivo ou à autoridade era considerado um farsante, um traidor. Sócrates ousou afirmar em praça pública que apenas a consciência individual pode buscar a verdade, que um homem pode estar com a razão em oposição ao coletivo e/ou à autoridade intelectual ou estatal - tese confirmada pelo próprio progresso científico - e, por isso, por atentar à ordem pública, foi condenado à morte pelo estado democrático ateniense. A busca consciente pela verdade foi, desde então, a finalidade da Filosofia.  Até aparecer Karl Marx.

   Marx nega que uma pessoa possa buscar a verdade por si mesma, nega a consciência individual, acredita que as crenças e convicções de uma pessoa são determinadas por sua classe social (aristocrática, clerical, burguesa ou proletária), que “a história do homem é a história da luta de classes” e que apenas a classe dos proletários, por ser a última das classes, possui a verdade, por isso o direito de exercer a “ditadura do proletariado” após a qual adviria o comunismo. Marx, filho de um advogado judeu burguês, nunca trabalhou, era sustentado por seu amigo Engels, herdeiro de um rico burguês dono de fábrica de tecelagem. Como, um intelectual burguês, determinado pelos seus interesses de classe, conseguiu inventar a ideologia da classe adversária à sua, a proletária, é um mistério. Marxistas acreditam que apenas aqueles que crêem no marxismo - como se crê numa seita religiosa - podem transcender sua ideologia de classe e conhecer a verdade!  Marx também ridiculariza a busca pela compreensão da realidade pretendida pela filosofia fundada por Sócrates e decreta que a partir de agora a "filosofia" terá um papel ativo, será um meio para "transformar a realidade” e prever o desenvolvimento futuro da sociedade. Marx demarca uma verdadeira revolução da filosofia, tão radical que a própria definição de filosofia já não pode ser aplicada - Marx inaugura a era das ideologias.

   A Revolução Comunista Russa é o marxismo implantado na prática. Um intelectual burguês, Lênin, é o líder da revolução, o portador da consciência de classe do proletariado acompanhado por Stalin, um ex-seminarista que estudou em Colégio de Padres e Trotski, filho de um rico fazendeiro - a elite burguesa passa a controlar o estado. Uma elite de intelectuais escraviza uma massa de proletários que a aceita pois se definirem como sendo seus representantes. Anos depois Mao faz a Revolução Cultural (intelectual) sobre a China agrária, também sem nenhum proletário na revolução.  Antes mesmo de Gramsci a ditadura já era dos intelectuais, nunca foi dos proletários, a "consciência de classe” era infundida apenas para criar divisão e conflitos sociais.

   O Partido "Nazi" (abreviatura de der Nationalsozialistische Deutsche Arbeiters Partei — Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães) e demais partidos fascistas europeus, embora dissidentes, viviam em harmonia com os partidos comunistas russo e europeus - todos coletivistas e defensores do controle social e econômico da sociedade, até que a traição de Hitler quanto ao pacto Ribbentropp-Molotov fez Stalin acusá-lo, juntamente com Mussolini, de "agentes do grande capital”, por isso de direita.  E assim ficou determinado que a ideologia comunista é de esquerda; a fascista e a nazista, de direita; todas coletivistas, estatizantes e totalitárias e essas foram as únicas maneiras de pensar o papel do estado e a política na segunda metade do século XX na Europa e na América Latina até que o advento da internet abriu janelas para que pudéssemos ver o mundo para além dos muros das ideologias. Aqueles que não estavam satisfeitos com a submissão aos coletivos e ao estado totalitário encontraram nas ideias conservadoras, liberais e libertárias o ar, a vida, a consciência, a liberdade, a autonomia e a responsabilidade individuais proibidas pelas ideologias coletivistas e estatizantes.

   No Brasil, depois da ditadura fascista de Getúlio Vargas, tivemos a ameaça comunista com João Goulart abortada pela tomada do poder pelos militares em 64 apoiados por toda a sociedade, mídia e aprovada pelo congresso nacional que, agora no poder, resolveram permanecer por 20 anos sem eleições diretas para presidente, centralizando mais poder no governo federal além da criação de mais de 50 estatais. Com a redemocratização tivemos Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma, todos criando dezenas de novas estatais, aumentando impostos e o poder no governo federal. A história do Brasil é a história da crescente submissão do povo ao estado.

   Enquanto isso os proletários dos países com viés capitalista enriqueciam, tornavam-se empresários e acionistas de grandes empresas indiferentes aos clamores dos intelectuais pela revolução do proletariado contra a opressão da liberdade e do livre-mercado. Sem a classe dos proletários como desculpa para concentrar o poder no estado os intelectuais marxistas tiveram que agrupar pessoas com alguma característica em comum em “identidades coletivas” para forjar novas "lutas de classes”. Assim foram inventadas as identidades raciais (negros contra brancos), de gênero (mulheres contra homens), sexuais (homo contra heterossexuais), regionais (nordestinos contra sulistas), alimentares (veganos contra carnívoros), de meio de transporte (ciclistas contra motoristas) e quantas mais a fantasia puder conceber. Um negro sem “consciência negra” é um traidor da raça, um homossexual que não aceita a agenda LGBT é um alienado e assim por diante. Todos submissos ao coletivo exceto o homem-branco-heterossexual-sulista-intelectual-marxista, pois, por crer no marxismo, transcendeu a ideologia de classes, está apto para exercer sua supremacia sobre os outros coletivos.

   Contaminados pela ideologia marxista professores não têm mais a função de transmitir conhecimentos; jornalistas, de informar acontecimentos; artistas, de representar abstratamente um objeto real; agora todos são “agentes de transformação social”, não buscam a verdade, mas a criação de uma "nova realidade" e de um “novo homem” somente possível por meio do estado totalitário.

   A magia é uma mistura de ilusão e realidade, manipulações de imagens e palavras com efeitos reais. Ela é eficaz porque no círculo de pessoas que nela acreditam gera um efeito psicológico e social muito intenso. Alastrada para a sociedade a ordem social e política ficam amputadas da ordem da alma e da Realidade, agora sustentada pela “identidade coletiva” e pela "realidade oficial” que permeia a sociedade fantasmagoricamente sendo a corrupção moral e a criminalidade alguns de seus sintomas. Para que essa “segunda realidade” seja sustentável o debate racional deve ser interditado, a verdade histórica dos fatos e o senso comum devem ser tomados como subjetivos, a verdade deve estar na autoridade estatal amparada pelos intelectuais marxistas - aqueles que viram além das aparências. O surgimento do pensamento liberal e conservador - baseados na consciência individual, na família como a unidade fundamental da sociedade e no livre-mercado - é a grande ameaça ao sistema e por estarem fundamentados nos valores judaico-cristãos, tais religiões e as nações que as representam, Israel e América, devem ser destruídas intelectual e fisicamente. Vocês, leitores, já repararam como parece que pessoas da nova direita (liberal, conservadora, patriótica) e de esquerda (socialista, progressista, internacionalista) parecem estarem vivendo em duas realidades, em dois mundos separados e incomunicáveis? Sim, estão mesmo.

   Antes do surgimento do pensamento liberal e conservador no Brasil não existia uma polarização real, mas um debate controlado, limitado, dentro da caixa ideológica marxista com as premissas coletivistas e estatizantes em comum: à esquerda os partidos comunistas e social-democratas e à direita os partidos sindicalistas remanescentes do regime fascista de Getúlio Vargas, no centro os partidos fisiológicos fornecendo sustentação política à esquerda e à direita em troca de indicações políticas no grande estamento burocrático estatal.  

   Nesta eleição Jair Bolsonaro (PSL) representa o pensamento conservador e João Amoedo (NOVO), o pensamento liberal, em oposição a todos os demais partidos, aos coletivos, à maioria dos professores, jornalistas e artistas, apoiados e financiados pelos metacapitalistas George Soros, Zuckerberg, Google, Twitter, banqueiros, bilionários e pelo próprio estado. Os políticos conservadores e liberais são apoiados e financiados apenas pelos indivíduos livres dispersos pela sociedade, mas unidos através das redes familiares, comunitárias, religiosas e virtuais não submetidos aos coletivos e nem ao estado.

   O conservador acredita que a célula da sociedade é a família, pois o indivíduo já nasce dentro e dependente de sua família e é na família que muitas decisões devem ser tomadas, outras devem ser tomadas solidariamente na comunidade e as referentes à segurança e à defesa do direito natural, no município, no estado e na federação. O poder estatal deve estar próximo e descentralizado porque lidando com coisas tão vastas inevitavelmente surge algo frio, vazio, estatístico e impessoal invertendo o papel original do estado de servir à sociedade. As leis precisam refletir as crenças do povo, não podem ser baixadas de cima para baixo, afinal o poder não deve emanar do povo? O patriota fundamenta-se e orgulha-se das conquistas comuns do passado de um povo, de uma realidade que continua; enquanto o nacionalista fantasia um futuro grandioso, exulta uma ideia a ser realizada, por isso o patriotismo é uma arma poderosa contra a tirania, como foi a resistência dos poloneses à invasão nazista e mesmo de patriotas contra seus governos nacionalistas. As grandes guerras não foram guerras patrióticas, mas sim entre estados internacionalistas comunistas, fascistas e nazistas hostis.

   Marx defendia a "consciência de classe", a "criação de uma nova realidade”, o fim da propriedade privada, o fim da família burguesa e dos estados nacionais sabendo exatamente quais seriam as consequências como deixou claro num poema dedicado a Satanás quando tinha 18 anos de idade:

"Desejo vingar-me d'Aquele que governa lá em cima
Assim um deus tirou de mim tudo
Nada me restou a não ser a vingança
Meu desejo é me construir um trono
Meus braços são possuídos de força para agarrar e triturar a humanidade
Com a força de um furacão
Eu reduzirei o mundo a pedaços com as minhas contínuas maldições.”


   Os movimentos de esquerda (socialistas, comunistas, fascistas, nazistas e progressistas), por terem suas raízes no marxismo satânico, sempre terminam em miséria, caos, escravidão e genocídios. Trata-se do antagonista daquele que defende a vida, a consciência, a liberdade e a responsabilidade individuais, a família, a pátria e Deus - "o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos". Alguns dizem que a guerra é econômica, outros, que é política, cultural, civilizacional, religiosa, mas poucos sabem que a guerra que está em curso começou antes mesmo de existir a humanidade: a guerra é espiritual.