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Duas vezes por mês deixarei um pequeno artigo sobre coisas que a tradição, a sabedoria popular, a imprensa, as frases prontas e os clichês nos fizeram acreditar!
Os textos anteriores ficarão em três pastas: "Vamos aos Fatos", "Deixe o Cara" e "Atualidades". Sugiro ler os artigos a partir do primeiro; e à noite tem mais clima!
A intenção é lançar o tema para discussão. E a discussão pode ficar bastante interessante. A vantagem é que daí, pessoalmente não precisaremos falar nada sério. Espero que gostem, comentem sobre o tema, curtam, acrescentem, discordem, expliquem melhor, coloquem reflexões, frases... e indiquem aos amigos para que façamos um grupo aberto pensante.
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Divirtam-se, Carlos Nigro

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Parte 4: Os negros não entram nas faculdades por racismo. Você acredita mesmo nisso?


Entrevista exclusiva com os maiores especialistas e defensores do racialismo no Brasil.






Blog: Baseado na “discriminação positiva” o governo Lula implantou, com o aval do STF, as cotas para negros nas Universidades.

Racialista: Estamos implementando o mesmo sistema já usado nos EEUU. Quer melhor exemplo que o presidente Obama e a ex-secrtária de Estado Condolezza Rice?


B: Eu gostaria, porque os dois entraram na faculdade por mérito - o sistema de cotas nos EEUU foi extinto em 1978 por causa de sua ineficiência. E são ilegais porque o racismo é crime! (1)

Por que as pessoas de pele negra, no Brasil, precisam de ajuda para entrar na faculdade?

R: Porque não existem negros nas faculdades. Você não vê isso?


BNo visual é difícil saber. Segundo levantamento da Andifes o número de negros nas universidades federais corresponde exatamente à sua participação na população brasileira, que é de 5,9% (o número não considera pardos/mestiços). (2)

Este levantamento não deveria ser considerado para só depois propor cotas para as pessoas de pele negra?

R"Essa pesquisa não podia sair desse jeito. Ela não está de acordo com a política do ministério" - integrante da equipe do ex-ministro da Justiça Tarso Genro. (3)


BA realidade, os fatos não deveriam influenciar as políticas públicas? 

Não. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.


BEntão se a proporção de negros nas faculdades está adequada, para que as cotas para negros?

R“Cotas são instrumentos compensatórios” - Celso de Mello, ministro do STF.


BPara compensar o que?

RA pobreza. “Pobreza tem cor” - Rosa Weber, ministra do STF.


BEntendi; o problema é a pobreza.

Existem negros nas classes média e alta. Um negro rico deve ter privilégios sobre um branco pobre?

RSim.


BNão entendi. (Coitado daquele nascido de pais brancos que suaram a camisa para dar estudo ao filho.)

R“Se a quantidade de brancos e negros pobres fosse aproximada, seria plausível dizer que o fator cor é desimportante." - Cármen Lúcia, ministra do STF.


BMas a quantidade de brancos e pardos pobres é maior que a de negros.

RO que queremos dizer é que na classe alta existem poucos negros. O diploma da faculdade é um mecanismo de ascenção social.


BVocês prezam muito o diploma.

R“Há graves barreiras aos negros” - Cesar Peluso, ministro do STF. Pobreza, falta de estudo de qualidade…


BMas a pobreza e a falta de estudo de qualidade são barreiras para a maioria dos brasileiros de todas as cores…

RNossa ideologia precisa de política racial.



Vocês acham certo, honesto, bom para o desenvolvimento emocional, intelectual e humano que a pessoa negra seja tratada como uma portadora de necessidades especiais? (4)
Colher eles mesmos os benefícios dos seus estudos, do seu trabalho... não era isso que a escravidão os impedia de fazer?

RSim, mas o negro precisa de nossa ajuda.


BAlguém mais quer cotas?

RNós também. “Enviei para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) proposta de criação de cotas para o ingresso de índios e negros na magistratura e entre os servidores do Judiciário” - Juliene Cunham, advogada indígena, segundo a Agência Brasil o requerimento para análise do tema foi protocolado em Maio de 2012. (5)





BPor que não mais cotas?

RSiiim. Queremos 50% das vagas nas universidades federais para aqueles que estudaram em escolas públicas e não tem conhecimento suficiente para entrar nas faculdades. (6)
Não é justo que apenas aqueles jovens que sabem mais entrem nas faculdades. Por que os últimos não podem entrar também?


BNão seria porque muitos jovens estudaram mais e muitas vezes, mas nem sempre, em escolas melhores?

RVocê tem que considerar que muitos não tem condições ambientais ou intelectuais para estudar e nossas escolas públicas são ruins.


BIsso vale para todos os alunos?

RNão, é claro que não. Tem que ser negro, pardo ou índio.


BE os brancos das escolas públicas?

REles entram depois de todos os negros, pardos e índios já tiverem entrado. Sobrando vagas nestas cotas, entram os brancos pobres, é claro! (6.2)


BCom vagas garantidas nas Universidades os pais e a população vão parar de exigir melhores escolas.

REu te pergunto: para que melhores escolas se conseguimos, por meio das cotas, diplomas universitários para todos!


BGenial.

Mais cotas?

RSiiiiiiiiiiim. Mais 25% de cotas para alunos carentes (renda de até 1,5 salário mínimo percapta). “É mais do que justo aquele que não pode pagar uma particular estar na universidade federal” - Paulo Paim, senador pelo PT-RS. (6.4)


BCotas para alunos de escolas pública e cotas para alunos carentes?

RComo disse, porque os alunos carentes não tem condições para estudar e nossas escolas públicas são ruins.


BPelo menos entre os cotistas serão selecionados os melhores para as universidades federais.

RDesculpe, mas você não entendeu. Em nosso projeto de lei, os cotistas estão dispensados de fazer o vestibular (6.3). Vestibular é um estímulo à competição, concorrência, meritocracia... nós queremos mudar o mundo - “Um outro mundo é possível!”


BVeja se entendi:

As pessoas de pele branca (inclusive os pobres - que são maioria) devem procurar as melhores escolas particulares (conteúdo de alto nível) porque farão uma prova e os mais bem preparados entrarão em 50% das vagas. As melhores escolas serão as mais disputadas (competição).
As pessoas de pele escura devem procurar as piores escolas públicas (conteúdo de baixo nível) porque as notas que tirarem nesta escola valerão para os outros 50% das vagas. As piores escolas serão as mais concorridas. (7)

RMas valoriza a igualdade de oportunidades porque assim, tanto os bem preparados quanto os despreparados, terão a mesma chance de entrar nas faculdades.


A cor da pele (a raça) revelará o nível de conhecimento das pessoas.

RMas no momento em que todos tiverem seus diplomas isso acaba porque todos terão o mesmo diploma!


BVocês tem certeza que vocês defendem isso para o bem dos negros e dos pobres?

RÉ claro! Com o mesmo diploma eles disputarão os mesmos empregos, não é incrível?


BÉ.

Como na espécie humana não existem raças; como não existem critérios físicos para definir raça; vocês tiveram a ideia de criar o TRIBUNAL RACIAL que tem o poder de determinar a “raça” de cada pessoa...

R“É difícil justificar a ideia do tribunal racial” - Gilmar Mendes, ministro do STF.


BÉ.

RMas você queria que fizéssemos o que? Não tínhamos outra alternativa para categorizar as pessoas em raças.


BEntendo. Vocês inventam que existem raças e depois o Estado  define quem será negro, índio ou branco.

Não é possível que isso possa produzir favoritismos e abuso de poder?

RNão. O TRIBUNAL RACIAL recebe forte formação ideológica para fazer o certo: tirar os negros e outros discriminados da pobreza.


BLeis de estímulo à mentira, à trapaça, aos favorecimentos, à divisão da sociedade. O aluno se autodefine como pardo; o aluno afirma que sua renda familiar precata é de até 1,5 salário mínimo (haverá um setor nas faculdades para averiguar?). O aluno pode omitir que fez cursinho privado…

Para resolver o problema das escolas públicas ruins vocês aprovaram a lei de cotas nas faculdades para estes alunos. Ao invés de melhorar as escolas o governo preferiu piorar as  universidades. (8)

RAs faculdades já estão se organizando para providenciar aulas de português, matemática e outras disciplinas para estes alunos acompanharem a turma.


BAlguns cotistas podem conseguir acompanhar o restante da classe; mas se temos metade da classe cotista o conteúdo deverá ser simplificado - talvez dois conteúdos simultâneos?

RMais ou menos.


BTemos faculdades de nível internacional como o ITA. Será que os cotistas acompanharão o alto nível dos brancos, digo, dos não-cotistas?

RO ITA não está incluso. Temos reconhecimento internacional em Engenharia Aeronáutica. Fomos alertados que se rebaixássemos o padrão de exigência haveria queda da qualidade muito rapidamente e os melhores alunos iriam para outros cursos; por outro lado, se mantivéssemos a excelência  muitos alunos não acompanhariam o curso e daí formaríamos menos engenheiros aeronáuticos, por fim o Brasil perderia a competição internacional.


BA Medicina da UNIFESP está nas cotas?

RSim, é claro!


BSerá que os cotistas não serão os piores alunos e com risco de não se formarem?

RA única explicação seria preconceito ou racismo. É bom os professores tomarem cuidado com este tipo de perseguição.


BMas não é necessário ter uma boa quantidade de conhecimento para aproveitar melhor a faculdade e assim adquirir mais conhecimento e se tornar competente para só depois ascender socialmente e ganhar dinheiro?

Não poderia acontecer que com o mesmo nível de escolaridade (diploma), os cotistas venham a receber salários menores?

RA única explicação seria preconceito ou racismo.


BNão seria porque o nível de escolaridade (diploma) não mede o nível de qualidade e ainda, que o diploma não informa qual é o emprego efetivo que as pessoas venham a trabalhar?

RNão posso acreditar nisso.


BEntendo.

E se os cotistas tiverem pior desempenho nas faculdades?

REstará caracterizado o racismo - e isso é crime.


BÉ possível até que alguns professores ajudem os cotistas para depois não serem acusados de racistas ou perseguidor de cotistas.

RÉ bom ficarem espertos.


BÉ possível que não saiam bons profissionais e daí tenham dificuldades em arrumar bons empregos.

RRealmente estamos prevendo que isso possa acontecer. Por isso “o governo federal está preparando (agora já aprovado) um programa nacional de ação afirmativa com cotas para negros não apenas restritas às universidades - incluirão ações no mercado de trabalho. As medidas devem atingir três áreas: educação, trabalho, comunicação e cultura. Na área educacional, a ideia é ampliar o sistema de cotas para todas as universidades públicas federais, inclusive nos cursos de mestrado e doutorado. Já no mercado de trabalho, seriam adotadas ações relativas aos concursos públicos, cargos comissionados e até para as empresas que prestam serviços ao setor público.” - Mário Lisboa Theodoro, secretário-executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, em 29/5/2012. (9)


BPara as vagas de trabalho no setor público, o problema está resolvido: cotas. E para as vagas de trabalho no setor privado?

RJá contamos com leis de cotas como as que já existem para deficientes físicos. (7)


BMas são casos diferentes. Os negros não são deficientes!

RÉ claro que não; não foi isso que eu quis dizer. Mas eles precisam.


BMas não corre o risco desses profissionais, quando empregados, passarem a impressão, para os clientes e para os próprios colegas de profissão, de serem menos competentes? (4)

RIsso é racismo!


BVocês tem certeza que vocês fazem tudo isso para unir a sociedade, para combater o racismo, certo?

RRsrs


BHumm. Bem, se existem cotas para negros significa que, por mérito, por competência, o cotista não entraria na faculdade e nem arrumaria emprego.

RSim. Mas existirão negros que farão tudo por mérito próprio.


BCom certeza e existem desde o período da escravidão - como o nosso maior escritor brasileiro, Machado de Assis (1839-1908).

Mas como o cliente ou o colega de profissão do profissional negro saberá?

RÉ só o negro dizer que no caso dele foi por mérito e não por cotas.


BSimples. E para o das cotas? 

REle pode mentir e dizer que não foi das cotas.


BSimples também. Assim as pessoas não poderão saber. Rsrs
Epa, mas agora não se pode saber se o negro que estudou e por mérito próprio conseguiu um bom emprego está falando a verdade ou mentindo! 

RÉ uma falha das cotas.


BEntão vocês acreditam que um negro tem capacidade por méritos de entrar na faculdade e conseguir um bom emprego?

RÉ evidente. Só um racista idiota pensaria que não!


BConcordo. Então você acha que com uma boa escola ele tem condições de vencer sozinho, como os brancos fazem?

RÉ claro que sim.


BSeria bom até para a autoestima, né?
Então por que as cotas?

ROs negros e os alunos das escolas públicas entram mais nas faculdades de humanas (história, geografia, sociologia, filosofia, ciências sociais, psicologia). Nas mais disputadas e com melhor retorno financeiro (medicina, engenharia, direito) eles não conseguem entrar.


BPor que?

RPorque estas faculdades exigem um maior conhecimento em português, redação e compreensão de texto, inglês, matemática, ciências e raciocínio científico.


BComo é bom conversar! Agora eu entendi.
Por que não ensinar muito bem, dar muita ênfase a estas matérias nas escolas públicas? Estudarão as matérias mais importantes para estas profissões, terão mais condições de competir e com seus próprios méritos entrarão nas faculdades e ganharão mais dinheiro!!!

RVocê não entendeu nada:
A função da escola pública - e também da privada - é formar um cidadão consciente de seu papel social. Não queremos formar mão-de-obra barata para o sistema capitalista. Os professores de todas as matérias devem ensinar consciência social e racial através de noções de filosofia, ética, moral, sociologia, ecologia, iniciação sexual, diversidade sexual, além de história, geografia, sempre pelo prisma da dialética histórica (10) - é claro.


BEnsinando português (interpretação de texto e literatura), matemática e ciências é difícil ensinar estas coisas...

RNão nos subestime. Nós estamos evoluindo nestas matérias também. Ensinamos sociolinguística: a partir de 2011, o MEC adotou nas escolas o livro didático Por Uma Vida Melhor e nele nós ensinamos que não existe em gramática ou em compreensão de texto o certo e o errado - tudo é certo! (11)


BEste livro não é uma apologia da ignorância?

RVocê leu o livro?


BNão.

R“Há uma diferença entre o Hitler e o Stalin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stalin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença que deve ser considerada. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”. Fernando Haddad (ministro da Educação), em agosto de 2011.


BNossa! Não esperava que não ter lido o livro - apenas trechos -  fosse um bom gancho para uma defesa do comunismo, moralmente superior ao fascismo; fuzilar depois de ler seria uma “evolução” porque as pessoas foram fuziladas por bons motivos - a revolução para o comunismo.

"Eu posso falar 'os livro'?” (11) 

R“Claro que pode." (11)
"Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico." (11)


BE falar português corretamente?

RÉ coisa da elite branca burguesa.


BNos EEUU, os bons alunos negros são ridicularizados pelos outros negros porque isso é da cultura branca.

REles tem toda razão.
"A classe dominante utiliza a norma culta principalmente por ter maior acesso à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio." (11)
Impor a norma culta, classificar em certo ou errado algo que sempre é muito relativo, inclusive nas ciências, humilha o aluno ignorante.


BEnsinar a norma culta, matemática, ciências, é humilhar o aluno.

Relativismo. Apologia da ignorância.
Então, para que escola?

R1o) Formar um cidadão que tenha “consciência crítica”.


BEu acreditava que a educação libertasse as pessoas.

RSó quem tem “consciência crítica” é livre.


B"CONSCIÊNCIA CRÍTICA" quer dizer a completa incapacidade de raciocinar criticamente, isto é, de pensar por si mesmas, articular argumentos e formar juízos objetivos e imparciais sobre a realidade. "Consciente" quer dizer sem consciência e "crítico", acrítico. Inclusive afirmar isso é típico de alguém sem “consciência crítica” porque não está catequizado. - Alceu Garcia.

R2o) A escola deve estimular a cooperação para transformar o mundo! (9) Não pode estimular a competição e a meritocracia que são estímulos ao individualismo.


BEntendi. Não é justo que o mais competente ganhe mais.

RClaro que não.
3o) Matemática, ciências, a norma culta, não servem para a formação do cidadão consciente de seu papel transformador da realidade (13). Servem apenas para atender a demanda da sociedade capitalista burguesa.


BNas favelas as ONGs ensinam as crianças a jogar futebol, basquete (tênis não porque o Lula disse para um adolescente da favela que “é esporte da elite”); a tocar instrumentos feitos de latas e material reciclado (às vezes, instrumentos de verdade), pintura, teatro - nada de ONGs ensinando português, literatura, matemática, ciências...

RSim, é encantador. Às vezes os telejornais fazem matérias mostrando as ONGs neste bárbaro papel social.


BRealmente. Eu só vejo a apresentadora mais feliz quando anuncia que geou em São Leopoldo, na Serra Gaúcha.

R4o) Dinheiro não é tudo. Pesquisas dos governos de Cuba e da Coréia do Norte mostram que as pessoas são muito felizes mesmo com 15 dólares mensais! Lá o partido faz tudo por elas, (12) não é incrível?


BVou reler a entrevista. Eu tinha entendido que as cotas eram para diminuir a pobreza e facilitar o acesso às classes sociais mais altas. E eu que, num raciocínio simplista, pensava que ganhando dinheiro as pessoas ficassem menos pobres!




Ideia Central:

A ideia de cotas para entrar em faculdades ou para trabalho é ligada visceralmente a uma doutrinação socialista, obviamente avessa à meritocracia e à competição.
As cotas servem para que o Estado socialista possa derrubar as liberdades individuais, a noção de responsabilidade individual, responsabilizar o capitalismo pelo caos e com isso acabar com a desigualdade social.



Na última parte da entrevista descobriremos para onde o Brasil vai.





Notas:


(1)

Ação Afirmativa ao Redor do Mundo, de Thomas Sowell. (Veja  mais em O Brasil é um país racista? notas 4).
Mais em:


(2)

O economista Marcelo Néri, pesquisador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, produziu um estudo sobre a população universitária brasileira de acordo com a cor. Usando dados do IBGE, Néri descobriu que, comparados a brancos e pardos, os negros são, de longe, o contingente que apresentou as maiores taxas de crescimento nas universidades públicas, entre 2001 e 2003. Nesse período, o número de estudantes negros de nível superior cresceu 55,1%, contra 14,9% a favor dos pardos e 10,4% para os brancos.
Os negros não estão sub-representados nas universidades brasileiras. Segundo o estudo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) de 2005, o número de negros nas universidades federais corresponde exatamente à sua participação na população brasileira, que é de 5,9% - o número não considera pardos.


(3)

O que fazer quando se tem como principal política social um programa chamado Fome Zero e o melhor instituto de pesquisas oficiais descobre que o problema do país é o oposto - a obesidade? O que fazer quando uma proposta de reforma universitária é assentada sobre a premissa de que os negros só terão acesso ao ensino superior por meio de cotas e se descobre que a representatividade dos negros nas escolas superiores federais já é igual à existente na sociedade brasileira? Bem, no governo do PT essas perguntas tiveram uma mesma e surpreendente resposta: mudem-se as pesquisas, mantenham-se as políticas erradas e tome mistificação para cima do respeitável público!


(4)

Monografia: Política de Cotas: Solução ou Discriminação?  Nilcéia Nazareth Nigro. Monografia realizada no Curso de Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior – C.P.P.G - UniFMU, São Paulo; 2006.


(5)

Divisões Perigosas: Políticas Raciais no Brasil Contemporâneo, publicado pela editora Civilização Brasileira.


(6)

Projeto de lei da deputada Nice Lobão (PSD-MA), mulher do ministro Edson Lobão (Minas e Energia; afilhado de José Sarney), já aprovado no Senado, na Câmara e pela presidente Dilma determina que:
  1. As universidades e os institutos técnicos federais reservem 50% das vagas para alunos oriundos das escolas públicas.
  2. Mas tem der ser preenchida por autodeclarados negros, pardos e indígenas automaticamente, sem nenhuma seleção. Se não houver mais negros, pardos ou indígenas dispostos a entrar nas cotas, as vagas que sobrarem poderão ser preenchidas pelos brancos pobres. 
  3. Havendo mais candidatos do que vagas, eles serão selecionados segundo o seu “Coeficiente de Rendimento” (média das notas) no ensino médio medido pelas próprias escolas - sem vestibular nem Enem.
  4. Metade daqueles 50% de vagas reservadas a escolas públicas terá de ser preenchida por alunos oriundos de famílias com renda familiar de até R$ 933,00 por pessoa.
Cabe a cada Universidade investigar se a informação é verdadeira. Como será feito isso? É claro que ninguém sabe!
Mais aqui: Folha:


(7)

O aluno que tiver um bom desempenho numa escola relapsa e pouco exigente levará vantagem ao competir com o que tiver um desempenho médio numa escola séria e exigente.


(8)

Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa.

Em 2001/2002, 2% dos alunos universitários tinham apenas rudimentos de escrita e leitura. Em 2010, essa porcentagem havia saltado para 4%. Vale dizer: 254.800 estudantes de terceiro grau no país são quase analfabetos. Espantoso? Em 2001/2002, 24% não eram plenamente alfabetizados. Um número já escandaloso. Em 2010, pularam para 38%. Isso quer dizer que 2.420.600 estudantes do terceiro grau não conseguem ler direito um texto e se expressar com clareza. É o que se espera de um aluno ao concluir o… ensino fundamental! (Por Reinaldo Azevedo)


(9)

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1168874-dilma-vai-criar-cota-para-negro-no-servico-publico.shtml


(10)

Dialética histórica é, segundo Marx, a história das lutas de classes rumo à revolução do proletariado e ao comunismo - “o Estado perfeito”. Uma dialética que não busca entender o mundo, mas transformá-lo. Só o proletariado conseguiria enxergar - embora tenha sido inventada por burgueses (Vila Madalena, Ipanema, Manhatan, Saint-Germain) que, até hoje, são os únicos que acreditam nisso!


(11)



(12)

O partido único / governo dá dinheiro, comida racionada, escolhe o que podem ler, dizer, fazer, só não deixa os cidadãos saírem da ilha - os que são capturados nesta tentativa são presos ou fuzilados.