Sejam bem-vindos!

Amigos,
Duas vezes por mês deixarei um pequeno artigo sobre coisas que a tradição, a sabedoria popular, a imprensa, as frases prontas e os clichês nos fizeram acreditar!
Os textos anteriores ficarão em três pastas: "Vamos aos Fatos", "Deixe o Cara" e "Atualidades". Sugiro ler os artigos a partir do primeiro; e à noite tem mais clima!
A intenção é lançar o tema para discussão. E a discussão pode ficar bastante interessante. A vantagem é que daí, pessoalmente não precisaremos falar nada sério. Espero que gostem, comentem sobre o tema, curtam, acrescentem, discordem, expliquem melhor, coloquem reflexões, frases... e indiquem aos amigos para que façamos um grupo aberto pensante.
PENSAR MAIS, ACREDITAR MENOS!
Divirtam-se, Carlos Nigro

quinta-feira, 5 de maio de 2016

A Igreja Católica é contra a Ciência?

A possível indicação do bispo evangélico para o Min. Ciência e Tecnologia (sou a favor a explosão deste ministério) está despertando o reflexo condicionado em muita gente:  “O Cristianismo é contra a ciência”.
Ai, ai, ai.  Depois de fazer as provinhas do 1o e 2o graus (se 3o grau e doutorado piorou) é comum as pessoas perderem a capacidade de estudar por conta própria.
Lembre-se: você nunca assistiu uma aula de um professor de ciências ou de história que demonstrasse que a Igreja Católica era e é contra a ciência.  Você deduziu isso pelas risadinhas, pelas indiretas, pelas pequenas gozações feitas por professores, artistas e jornalistas; é um senso comum, é uma ideia que está no ar, no ambiente de nossa época, tomada como um fato indiscutível.



Mas… A CIÊNCIA EXISTE POR CAUSA DO CRISTIANISMO!

Após as invasões bárbaras e o desmantelamento completo do Império Romano do Ocidente toda a estrutura administrativa e jurídica ruiu; cidades desapareceram.  A Igreja Católica era a única instituição sólida e confiável que foi OBRIGADA a “fazer alguma coisa”.
Foi a IC que salvou e guardou bibliotecas inteiras.  Padres, monges e religiosos já eram e continuaram sendo praticamente as únicas pessoas alfabetizadas e cultas.  Eles salvaram e desenvolveram tratados de medicina, matemática, astronomia, alquimia, arquitetura, geometria, agricultura e nos legaram, apenas, a Civilização Ocidental.

Durante a escolástica as discussões eram muitíssimo minuciosas e poderiam se estender por meses, anos, numa busca incansável pela verdade - uma homenagem à inteligência humana e à RAZÃO. 
Hoje, as ideologias filosóficas e científicas são fechadas contra argumentos e fatos que as critiquem. Os poucos opositores são perseguidos e ridicularizados nas universidades - a idolatria aos dogmas e à FÉ cega.

A busca pela VERDADE para salvar a própria alma era o mais importante; hoje a ideologia tem valor religioso e político: “Não interessa se esta teoria é falsa ou verdadeira, o que interessa é usá-la para fazermos lobbies políticos, para termos poder e privilégios” - é a ideologia da corrupção.

O Papa Inocêncio IV descreveu as universidades como “rios de ciência q fertilizam a Igreja Católica”.
Alguns exemplos:
Nicolau Copérnico (1473-543) sistematizou o heliocentrismo e dedicou seu livro ao Papa. Ele era cônego da Igreja Católica, jurista, astrônomo e médico.
Thomas Morus (1478-535) foi um dos maiores cientistas do Renascimento.  Foi canonizado pela Igreja Católica (é um santo católico).
Galileu Galilei era protegido pelo Papa Urbano VIII - seu padrinho. Galileu foi humilhado por São Roberto Belarmino que, com argumentos irrefutáveis, desconstruiu a ideia fantasiosa de Galileu de que o Sol seria o centro do universo. Galileu não foi perseguido, pelo contrário; seu padrinho - o Papa - lhe pediu uma justificativa oral para se livrar dos inquisidores. Ele nunca foi preso. Morou até no Vaticano acompanhado de um empregado. Depois Galileu se retratou e recebeu sentença de prisão domiciliar na Toscana, onde viveu mais 10 anos ensinando as mesmas coisas que jurou não ensinar. Ele nunca disse “E, no entanto ela se move” -  isso foi uma invenção 100 anos após sua morte. 
A 1a lei de Newton (inércia) foi descrita, primeiramente, pelo sacerdote Jean Buridan (1295-358). Newton era religioso, acreditava que a existência do mundo e a regularidade matemática eram evidências da existência de Deus (argumento cosmológico, teleológico) - abaixo explico a importância fundamental de ser cristão PARA ser cientsta.
Louis Pasteur era católico.
O franciscano Roger Bacon preconizava que “argumentos fortes devem ser verificados pela experiência”.

Cientistas e filósofos modernos não buscam a verdade; não querem que o conhecimento avance.  Querem fazer escola de uma teoria ou ideologia.

O único limite às investigações científicas na IM era a Bíblia.  Mas a Bíblia tem muitos sentidos que requerem interpretação, sempre é possível encontrar argumento bíblico porque a revelação não está no mesmo plano que a ciência.

Na ciência moderna as intenções são outras. A primeira é a busca OBRIGATÓRIA de causas materialistas para a natureza.   A segunda é grana mesmo para projetos pessoais e irrelevantes. Alckmin disse isso sobre a FAPESP há poucos dias e foi condenado pelos especialistas, jornalistas e pela Letícia Sabatella.
Nas questões maiores (metafísica, cosmologia) existem teorias fechadas, o que estiver fora delas não existe. Assim, o que não tem explicação materialista não existe (argumentum ad ignorantiam) ou se inventam teorias fantásticas, de contos-de-fada - a apologia da FÉ CEGA.
O verdadeiro espírito experimental, científico estão nos setores inferiores na hierarquia do ser (física, química, biologia…); e ali progride.

"É pela FÉ & pela RAZÃO que somos homens. Se houver contradição aparente entre elas é por erro de interpretação da religião ou da filosofia” - Tomás de Aquino.
As obras científicas não estavam no índex, apenas as com enfoque teológico.  Os religiosos liam as obras proibidas. Eles proibiam tais obras porque acreditavam que para que houvesse uma compreensão correta e crítica de tais obras era necessário um conhecimento profundo do trivium, quadrivium, filosofia, teologia e da Bíblia.  O estado de idiotia generalizada (existem mais de 120 países com pessoas mais cultas que os brasileiros - alguém sabe citar 120 países?) que os livros do mequi causaram (professores, artistas e jornalistas são os mais deformados) demonstra que estavam certos.



AGORA O MAIS IMPORTANTE: a ideia de CIÊNCIA, de que é possível compreender racionalmente a natureza e a realidade, só pôde ser concebida POR CAUSA da Bíblia.
A mensagem bíblica de que o mundo é racional, organizado e compreensível à inteligência humana porque somos filhos de Deus É o fundamento da ciência moderna.
“Deus dispôs todas as coisas com medida, quantidade e peso” (Livro da Sabedoria; 11,20). “Sua criação (o universo criado) é uma realidade racional, ordenada e previsível”.

Civilizações não-cristãs (árabe, babilônica, chinesa, egípcia, grega, hindu, maia) por serem panteístas, cíclicas e, algumas, animistas não tinham este arcabouço filosófico para propiciar o surgimento da ciência. Fizeram progressos tecnológicos, mas não pesquisa científica formal e sustentável.

Conceitos bíblicos q levaram ao nascimento da Ciência moderna em comparação com os de outras crenças que impossibilitaram o aparecimento do RACIOCÍNIO CIENTÍFICO:
O mundo é real, não é uma ilusão.    X   “O mundo material é maya, uma ilusão” - Hindu.
O mundo é bom.      X    “O mundo é mal, devemos fugir dele” - Gnósticos.
A natureza é um jardim, não é Deus.    X    “A natureza viva, com almas, espíritos”
Um Deus racional criou o mundo ordenado, com leis definidas, planejado.   X   “O mundo material é falho e confuso, o mundo das ideias é confiável” - Platão. 
“No princípio era o Verbo” (Logos)    X    No Islamismo Deus não é familiar, é obscuro, não possui relação de causa e conseqüência e é vontade pura.
Os chineses acreditavam na ordem natural, no Tao; mas não na capacidade do H em chegar até ela.
Os homens têm capacidade para descobrir a Verdade. A Bíblia forneceu a fé e a tenacidade necessárias para continuarmos procurando respostas mesmo quando pareciam estar além do alcance humano.

A maioria das pessoas que acreditam na separação entre a Bíblia e a Ciência não entendem de nenhuma das duas coisas. A maioria dos cientistas eram cristãos.

“Richard Dawkins, apesar de não compreender estas questões bem mais complexas (simbolismo, mitologia, metafísica, o fundamento cristão da ciência), intui suas implicações instintivamente (o que não se coaduna bem com sua própria “filosofia” de vida). É o que Dawkins quer dizer ao afirmar: “Eu sou um cristão secular”. Ou seja: ele sabe de qual cultura faz parte, e que seu próprio método científico depende de uma cultura específica entre outras. Pode ser um ateu aguerrido contra Deus, mas sabe que a cultura que acredita neste Deus rendeu a vida, os conceitos, o método e a possibilidade de pensar o que Dawkins pensa.” 1


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