Sejam bem-vindos!

Amigos,
Duas vezes por mês deixarei um pequeno artigo sobre coisas que a tradição, a sabedoria popular, a imprensa, as frases prontas e os clichês nos fizeram acreditar!
Os textos anteriores ficarão em três pastas: "Vamos aos Fatos", "Deixe o Cara" e "Atualidades". Sugiro ler os artigos a partir do primeiro; e à noite tem mais clima!
A intenção é lançar o tema para discussão. E a discussão pode ficar bastante interessante. A vantagem é que daí, pessoalmente não precisaremos falar nada sério. Espero que gostem, comentem sobre o tema, curtam, acrescentem, discordem, expliquem melhor, coloquem reflexões, frases... e indiquem aos amigos para que façamos um grupo aberto pensante.
PENSAR MAIS, ACREDITAR MENOS!
Divirtam-se, Carlos Nigro

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dia da mulher (M)


“Oito de Março - dia da mulher (M). Como em todos os programas de TV, jornais e revistinhas temos que lutar contra o preconceito e mostrar como as M são discriminadas na sociedade ocidental.
Você acredita mesmo nisso?


Ø 21% das M trabalham. 74% dos homens (H) trabalham (IBGE 2010).
Raciocínio lógico dos especialistas e colunistas: Pessoa que não trabalha está desempregada; logo o desemprego é muito maior entre as M devido à discriminação contra a M.
Mundo real: 1) O índice de desemprego está muito baixo, quase no nível de pleno emprego (pleno emprego não significa 0% de desempregados porque existem desempregados que assim estão por serem despreparados para o emprego que desejam).
2) Pessoas que não trabalham podem, por muitas razões, não querer trabalhar (cuidar da casa, dos filhos, o marido ganha bem, vive de renda, mora com os pais, com o tio, ganha mesada do amante e outros motivos).

Ø As M trabalham menos horas que os H nas mesmas profissões (IBGE 2010).
Raciocínio lógico dos especialistas e colunistas: As M trabalham menos porque trabalham em casa, com os filhos devido à discriminação contra a M; “é preciso rever o conceito sobre a ideia de que criar filhos é obrigação da M”.1
Mundo real: 1) Muitas M gostam de cuidar da casa e dos filhos e não estão querendo “rever este conceito” para trabalhar mais...  Atualmente muitos H gostariam de trabalhar menos para estar mais com os filhos, com a esposa, ter mais lazer...
2) Muitos H divorciados lutam na justiça para estarem metade do mês com seus filhos. As M são contra - as feministas devem ser, coerentemente, a favor.

Ø Quem decide a decoração da casa é, em 94% das vezes, a M; quem decide para onde viajar é, em 92% das vezes, a M. Quem decide, na vida doméstica, é a M há séculos.
Raciocínio lógico dos especialistas e colunistas (mas que se esqueceram de escrever): as M mandam nos H que são discriminados.
Mundo real: a M cuida mais das atividades domésticas; isto implica tomar decisões.

Ø A renda média anual das M é de 12mil reais e dos H, 20mil (IBGE 2010).
Raciocínio lógico dos especialistas e colunistas: As M ganham menos que os H devido à discriminação contra a M.
Mundo real: 1) Por “falta de atenção” dos analistas (“errar é humano”) fez com que não associassem com o fato de trabalhar menos.
2) A maioria das M médicas recebe o mesmo valor por consulta, mas por trabalharem menos, tem renda mensal menor. Para outras profissões liberais acontece a mesma coisa.
Não existe nos concursos públicos uma nota de rodapé: “Caso o cargo vir a ser preenchido por uma M o salário será 40% menor.”
Nas empresas privadas, casos em que a M recebe menos que o H (com mesma função, mesma carga horária e mesma produtividade) são raríssimos, mesmo porque o empresário sabe que isto causaria desmotivação e diminuição da produtividade.
Para serviços temporários é comum o H ser mais audacioso (cara-de-pau) e propor um valor maior. Neste caso a M poderia começar a se valorizar mais e agir da mesma forma; mas isto cabe à M, não é culpa de preconceitos.
3) A maioria das M casadas pensa no seu salário para pagar suas próprias despesas e complementar a renda familiar. A maioria não gosta da situação em que seu marido tenha renda menor ou até igual a ela.
4) Não encontrei o método usado para achar esta média (os dados divulgados são preliminares), mas deve ter entrado todos aqueles que trabalham, mesmo que seja muito pouco. Espero que as pessoas que não trabalham não tenham entrado para forçar a renda das mulheres mais para baixo (não duvido!).

Ø No Brasil, as M estudam mais que os homens (H): média de 10 anos; H, 9,3 anos. A maioria dos Doutores titulados anualmente é M. A maioria dos médicos formados é M.
Raciocínio lógico dos especialistas e colunistas (mas que se esqueceram de escrever): o H sofre preconceito. O governo precisa criar uma secretaria especial que zele pela igualdade sexual na educação!
Mundo real: as M valorizam mais a educação e procuram profissões que dependam mais de conhecimento intelectual.

Ø A M é minoria nos cargos de chefia, diretoria e presidência.
Raciocínio lógico dos especialistas e colunistas: Os H não deixam as M terem crescimento profissional - discriminação.
Mundo real: No ambiente de trabalho, todos sabem que existem M e H muito competentes (nem todos os H, nem todas as M). Alcançar cargos de chefia exige muita competitividade, é preciso vencer os concorrentes. As M não querem abdicar de cuidar e acompanhar o desenvolvimento dos filhos e de sua vida pessoal para uma maior dedicação ao trabalho.

Ø 36% dos funcionários públicos são M; 64%H.
Raciocínio lógico dos especialistas e colunistas: O Estado Brasileiro é preconceituoso. Para compensar criamos uma lei de cotas para que as M ocupem 30% dos cargos eletivos.2
“Mas não faz sentido uma lei para 30% se já ocupam 36%!”
Mundo real: Quem disse que as leis de cotas foram feitas para fazer sentido?

Ø Dilma é eleita Presidente da República.
Raciocínio lógico dos especialistas e colunistas: Uma M é eleita vencendo o preconceito. Teremos uma administração feminina!
Mundo real: Dilma não venceu as eleições porque é M, mas simplesmente porque Lula a escolheu para passar a sua popularidade. Da mesma forma ele passaria sua popularidade para um H.
Mas ele a escolheu exatamente por acreditar que sendo M e inexperiente será mais fácil dominar e manipular a sua criação - Íris Resende e outros sabem disso.
Lula sabia que a possibilidade de permanecer sendo o chefe de sua cria seria nula - Maluf, Perilo e outros sabem disso.
Paradoxalmente a eleição de Dilma foi a vitória do machismo escancaradamente enaltecido por toda a campanha eleitoral.
Após a vitória Lula aconchega a cabecinha de Dilma em seu peito: “Boa menina! Continue assim” – Dominação, infantilização, autoritarismo.
Não existe administração feminina. Se Dilma fizer um bom governo não significa que as M sejam competentes. Se fizer um governo ruim não significa que sejam incompetentes.


Ø As M vão mais ao médico, se alimentam melhor e vivem mais que os H (66 anos M; 62 H)
Raciocínio lógico dos especialistas e colunistas (mas que se esqueceram de escrever): os H são discriminados pelos médicos. Não comem para dar mais comida aos filhos e à M.
Mundo real: 1) muitas M cuidam mais da saúde e geneticamente vivem mais.
2) Muitos H acreditam que cuidar da saúde e ir ao médico são sinais de fraqueza.

Ø “A M é mais sensível para os sentimentos humanísticos e para a noção de justiça”.3
Raciocínio lógico dos políticos, do especialista e do jornalista: reforçar clichês e a sabedoria popular para mostrar que está em harmonia com o povo. Talvez as pessoas falem e escrevam o que vier à cabeça mesmo.
Mundo real: M engravidam, amamentam e têm uma quantidade limitada de filhos. Isto faz com que, na maioria das vezes, tenha um vínculo muito forte com seus filhos. Ser do sexo feminino não faz a pessoa “ter mais sentimentos humanísticos ou ser mais justa”.


Pessoas machistas existem e existirão sempre e em todos os lugares. Leis não fazem as pessoas mudarem de ideia.
O importante não são as leis contra a discriminação, mas lutar para acabar com as leis discriminatórias contra as M.
Há quatro meses Lula, Chavez, Fidel, Kadafi e outros humanistas se abstiveram de votar resolução da ONU contra as leis de apedrejamento de M adúlteras no Irã - H adúlteros não são apedrejados. Felizmente foram minoria.


O Ocidente e o Brasil não têm leis discriminatórias contra a M. Os Brasileiros não são preconceituosos, o preconceito é mal visto. Pessoas preconceituosas existem e não mudam por decreto.

As M estudam, trabalham o quanto quiserem, casam, separam e têm filhos se e quando quiserem, são independentes.

Para os feministas a M deve fazer tudo o que o H faz para mostrar que é competente. O H e o que ele faz é a referência para estas cabecinhas. As M devem trabalhar mais, ficar menos com os filhos, serem presidentes para mostrar que são capazes. Por que tanta insegurança? Por que tanto sentimento de inferioridade?
Resposta: a ideologia da divisão da sociedade em grupos (artigo futuro).

O dia da M é uma homenagem merecida às M.
A M não precisa de análises distorcidas das estatísticas para reforçar mitos e agradar ao senso comum.

____________________________________
1. Jornalista Mirian Leitão.
2. Senadora Marta Suplicy.
3. Governador Marconi Perilo.

ENQUETE

Você, mulher, sente-se desvalorizada por ser mulher?

Sim

Não






8 comentários:

  1. Angélica Pellegrino15 de março de 2011 às 15:25

    Quem é mais chato? Eu, os especialistas e Cia. LTDA, ou o Carlos?
    Não! O Carlos não! Ele É MEU AMIGO DO PEITO! lol... não falem mal do Carlos não!!!!
    Mas deixo um comentário que não consegue ficar calado nos liames da minha mente. Escapa pelos dedinhos.
    Quem foi que disse que a mulher é burra, fraca e subserviente?
    Os machista?
    Ahaaa! Então é balela. Antes do regime patriarcal, dominava o MATRIARCAL, onde as deusas, as mulheres comandavam e dominavam. E BEM einh! E muito bem.
    Eu penso que o certo é usar a lógica. Se eu opto por me casar, tenho que ter em mente que deverei ser a administradora de um LAR. Lar é uma célula social fundamental, onde é berço de formação de caráteres humanos e formação de personalides. Facil? Não.
    Quem pagará o "salário"?
    O marido! É claro! Oras... e de diversas formas!
    Dinheiro para as despesas diárias e pessoais, carinho e ... (essa é a parte mais delicada) Fidelidade.
    E quando o marido não cumpre ou não pode cumprir essas obrigações?
    A mulher tem que se virar. Tem que trabalhar. Ou a casa cai. Como não é bom a casa cair, eles que não reclamem.
    Agora, se a mulher opta por não constituir família... isso é um caso muito, bem mais delicado e eu prefiro me omitir. Eu sou de concepção antiga, e vou manter meu respeito à classe a qual pertenço. Cada um sabe de si, e responderá por si.
    Nem da Dilma eu irei comentar. Tenho cá meu conceito, mas vou respeitar os demais que eu sei, não pensam como eu.
    Outro comentário pessoal. Em todos os empregos que tive, sempre ganhei igual aos homens, e nas mesmas funções. Nunca ganhei menos, mas também nunca trabalhei em empresas administradas por mentes de ostras.

    Obrigada Carlos. Seus ensaios são ótimos catalizadores de boas idéias. Parabéns por mais este!

    ResponderExcluir
  2. M e H são diferentes. Cada um com suas características, formas de ver e de sentir... e vamos respeitá-las, não é? Ambos importantes, desde que, tenham "liberdade" para expressão e, se não aceitas, pelo menos que sejam analisadas. Ao ler este texto lembrei-me do livro "Homem e Mulher, o mito da desigualdade" e de como a autora foi feliz ao exemplificar como pais e professores tratam H e M de forma diferenciada. Basta observar pais que tenham filhos de ambos os sexos e podemos constatar como os H são muito mais incentivados a terem iniciativa, destreza, enfrentamento do perigo, enquanto que as M ainda devem parecer mais dóceis e até frágeis, daí talvez, a discrinação. Fica aí a sugestão de leitura.
    Bem... quanto ao seu texto, adorei!! Bjos

    ResponderExcluir
  3. A maior roubada foram as mulheres requisitarem igualdades para com os homens, somos diferentes e ponto. a sociedade atual esta em transição , temos que pensar muito ,pois nao temos mais que nos apegar a modelos antigos de que é certo e errado, quem é o provedor, quem manda, o mundo tem mudado muito e as bases das relações humanas também!Vamos procurar o equilíbrio dentro de nós.....

    ResponderExcluir
  4. L: "Boa menina!"
    D:"E agora? O que o Senhor quer que eu faça?"

    ResponderExcluir
  5. História do Machismo:
    http://www.olavodecarvalho.org/semana/machismo.htm

    ResponderExcluir
  6. Vídeo comparando H e M:
    https://www.facebook.com/ExOtario1/videos/926239410746258/?pnref=story

    ResponderExcluir
  7. "O feminismo não tem nada a ver com defesa dos direitos da mulher ou das escolhas das mulheres. Quem ainda acha isso não entendeu nada. O feminismo é um movimento político-ideológico de esquerda, que espalha o rancor e leva o conceito de luta de classes para dentro do lar, colocando homens e mulheres não mais como complementares, mas como inimigos. É coisa de gente rancorosa, invejosa, que mais odeia os homens e as mulheres conservadoras do que ama as mulheres em geral." R.Constantino

    http://padrepauloricardo.org/episodios/feminismo-o-maior-inimigo-das-mulheres
    https://padrepauloricardo.org/blog/qual-o-problema-de-ser-bela-recatada-e-do-lar

    ResponderExcluir
  8. "Antes de aderir à data de hoje, toda mulher deveria se perguntar o porquê do "dia internacional da mulher" ser comemorado no dia 8 de março, data escolhida por Lênin e oficializada em reunião da Internacional Socialista, e não no dia 3 de março, no dia 28 de fevereiro ou em outras datas que ficaram marcadas por manifestações espontâneas de mulheres livres (mesmo quando erradas) nos Estados Unidos ou na Europa? Dica: aquela historinha de incêndio em uma fábrica têxtil que você aprendeu com as suas professoras não passa de um mito e nunca ocorreu.
    A finalidade de Lênin e dos propagandistas bolcheviques era criar um simbolismo e uma narrativa que justificassem sua intenção de OBRIGAR a mulher russa (e, mais tarde, as mulheres de outros países socialistas) a abandonar os cuidados de sua família e de seu lar e ir para o chão das fábricas, independentemente de suas preferências e escolhas individuais.
    É essa data, criada pela engenharia social leninista e mais tarde adotada oficialmente pela ONU, que muitos observam hoje como uma grande conquista a ser celebrada — e, ao que tudo indica, o espírito originário da data continua vivo e "as mulheres", essas abstração coletiva, continuam sendo um instrumento útil para avançar interesses que nunca (ou quase nunca) estão de acordo com o que quer uma mulher real, de carne e osso, que costuma ser tão diferente da mulher que aparece na propaganda leninista (e mais ainda na propaganda feminista) quanto uma criança real é diferente das crianças que aparecem pedindo, desesperadamente, por brócolis em alguma peça publicitária.
    Todos que acreditam na relevância desta data devem ainda tentar explicar por que o dia internacional da mulher é reconhecido como feriado oficial em países do naipe de Cuba, Vietnã, Camboja e Afeganistão — lugares ótimos para as mulheres, como sabemos — e não em países como Estados Unidos, Suíça, Inglaterra e Noruega.
    Não quero com isso dizer que as mulheres das nossas vidas — nossas mães, avós, tias, esposas, namoradas — não devam ser celebradas. Celebrar as vidas de quem faz tanto por nós e empresta tanta beleza ao mundo faz todo o sentido, mas não precisamos fazer isso justamente em uma data criada para destruir parte do que há de distintamente feminino e para vincular a graciosidade feminina com a brutalidade genocida das ideologias de esquerda." Filipe Trielli

    ResponderExcluir