R: Temos forte desconfiança dos brancos. “Ser branco, na sociedade brasileira, implica ter privilégios em detrimento dos direitos dos negros em geral”. - ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, no programa “Bom dia, Ministro” (11/06/2011).
R: Sim.
R: Não foi isso que eu disse.
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
A Lei, no caso, é a 7.716, de 1989, que teve dois artigos alterados pela 9.459, de 1997. O Artigo 20 proíbe:
“Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”
R: O ser branco tem dinheiro!
R: É difícil de explicar.
R: Sim.
R: Sim, para compensar o privilégio de ser branco.
B: Qual é mesmo este privilégio?
R: É difícil de dizer.
R: O que queremos dizer é: pessoas negras, de origem africana.
R: Mas não podemos negar que a genética define se uma pessoa é negra ou branca.
R: O que queremos dizer é que os negros são mais africanos, os brancos são mais europeus, os índios são do Brasil mesmo, certo?
Foto Luis Alvarenga/Ag. O Globo |
R: É para melhor classificar as pessoas e enfatizar que a maioria negra é discriminada pela minoria branca.
B: O Brasil tem, segundo o censo 2010, 6,3% de pessoas com pele negra, 43,2% são mestiços, 49,9% brancos, índios são 0,4% e amarelos são 0,5%.
R: Sim, é claro.
B: Por que um mestiço, com descendentes brancos e negros, é negro e não branco?
R: Porque basta ter uma gota de sangue negro para ser negro - negra é a raça que predomina.
B: Ah! sim. Vocês adotam o mesmo critério que os brancos do extinto apartheid da África do Sul usavam. (4)
R: Deixe eu te expicar melhor. A miscigenação no Brasil ocorreu porque as mulheres negras sempre foram estupradas por homens brancos; logo os mestiços são negros.
B: “Cinco ou dez por cento de mestiços no Brasil talvez pudessem justificar a imposição do branco somente pela violência e pelo estupro durante a escravidão (até o séc. XIX). Mais de 40% de mestiços e 90% dos brasileiros com ancestralidade europeia sugerem um forte impulso para integração e miscigenação” - Ali Kamel. (5)
“Somos uma sociedade que se desenvolveu menos pela consciência de raça...” - Gilberto Freyre. (6)
“A influência do negro penetrava sinuosamente o recesso doméstico, agindo como dissolvente de qualquer ideia de separação de castas ou raças, de qualquer disciplina fundada em tal separação” - Sérgio Buarque de Holanda. (7) É a relação - muito presente no Brasil (até atualmente) - de carinho, às vezes de amizade, entre patrão e empregados (principalmente nas casas e fazendas).
R: Quero explicar melhor. “É a condição social que determina a classificação de negro e branco”; porque a condição social dele é devido ao preconceito por causa da cor da pele, entendeu?
R: Mais ou menos.
B: Como definir quem é branco e quem é negro numa sociedade, como vimos, miscigenada como a brasileira?
R: A própria pessoa define se é negra ou branca. (Critério utilizado no Censo e nas inscrições para as faculdades que tem cotas).
B: Mas a pessoa pode se auto-proclamar negra para receber os benefícios das cotas. (8)
R: Para resolver este problema criamos o TRIBUNAL RACIAL (na Universidade de Brasília) - logo criaremos outros por todo o Brasil. Nele, os "juízes", diante de fotografias dos candidatos, dão a sentença: este é negro, este é branco.
B: O Estado define a cor, “a raça”, de cada pessoa?
R: Sim. (9)
B: Mas foi a mesma comissão de juízes analisando as fotos. (10)
R: Vou te explicar melhor. Não é tão simples como você pensa definir quem é negro. Ser negro é mais que uma questão de pele.
R: O TRIBUNAL RACIAL entrevista o candidato a negro. Avaliaremos se ele tem consciência negra, atitudes de negro (11) e se disser que já foi vítima de preconceito racial, melhor.
B: Por isso vocês inventaram o “dia da consciência negra”? (feriado em diversas cidades do Brasil, inclusive São Paulo)
R: Sim. Para o negro aprender a ter consciência de que é negro e para o branco ter consciência de que não é negro; para despertar o sentimento de raça (em ambos); para despertar um sofrimento histórico causado pelos brancos que escravizaram negros 120 anos atrás; para pertencer a um grupo (dos negros bons ou dos brancos maus); para dar um sentido à sua vida; para aprender a se portar como um negro; para aprender a raciocinar como um negro e para receber os benefícios e privilégios estatais por ser negro. Nós e muitas ONGs do Brasil e internacionais com apoio da ONU trabalhamos para isso. (12)
B: Quem são, exatamente, os alvos desta campanha estatal?
R: SÃO OS NEGROS que vivem suas vidas como se nada disso tivesse ocorrido, que convivem com brancos como se fossem iguais e sem o menor ressentimento, que estudam e trabalham sem exigir compensações e benefícios do Estado, que não se apóiam nas ONGs e nos grupos negros para progredir, que não sabem que as dificuldades que enfrentam durante a vida são por causa dos preconceitos e da discriminação.
B: São estes que vocês chamam de “negros de alma branca”? (13)
R: Sim, negros sem consciência negra e sem atitude negra. (14)
B: Entendi. A pessoa que nasce mestiça ou negra está obrigada a defender esta pauta, com um conteúdo e escolhas ideológicas feitas. Se não defender a pauta negra o classificamos como um negro sem consciência e sem atitude e, por isso, menos negro (“alma branca”), logo com menos direito às cotas raciais, por exemplo; porque daí ele estaria do outro lado - dos brancos (“que tiram direitos dos negros”), certo?
R: Perfeito - até eu entendi melhor.
B: Qual é a vantagem para a pessoa de pele negra ter consciência e atitudes de negro?
R: Isso se chama "consciência social"!
B: É óbvio que a consciencia racial não visa beneficiar as pessoas, mas apenas os chefes das ONGs raciais e políticos que dependem do racismo para ganharem dinheiro e poder.
R: Lutamos por "responsabilidade social"!
B: Interessante. Os racistas elogiam alguns “negros” com esta expressão - “negro de alma branca” - e vocês, racialistas, depreciam alguns negros com a mesma expressão.
R: Não nos compare aos racistas.
B: Existem “brancos de alma negra”?
R: Não.
B: E se o branco defender a pauta dos movimentos negros?
R: Ele continuará sendo branco. Ele que pense e aja como quiser, não temos nada com isso.
B: Os negros devem pensar (consciência negra) e agir (atitudes) de acordo com seus representantes raciais.
R: Certo.
B: Liberdade para pensar e agir como indivíduo autônomo é coisa para brancos. O negro já nasce escravo desta causa. (15)
R: Não concordo com a palavra escravo. A liberdade do negro é seguir a pauta que já escolhemos para o próprio bem dele.
Ideia Central:
Só existe ESPÉCIE HUMANA.
Raças humanas NÃO existem.
Raça é um conceito ideológico.
Daryan Dornelles |
Fabiano Accorsi |
Fabio Motta/AE |
Alexandre Durao/Ag. O Globo |
Evelson de Freitas/Folha Imagem |
(6)
(8)
Uma pesquisa de geneticistas da Universidade Federal de Minas Gerais concluiu que 60% dos brasileiros que se declaram brancos têm ascendência indígena ou africana. Cientistas brasileiros encontraram em São Paulo indivíduos de fenótipo negro sem marcas genéticas africanas. Encontraram também o inverso.
Com a adoção dos Tribunais Raciais o Estado brasileiro admite que é um dever do Estado e de seus burocratas definir a raça de cada pessoa.
http://academico.direito-rio.fgv.br/ccmw/images/e/e7/TDC_Aula_1_texto_6.pdf
(11)
Nos EEUU e agora sendo implementado no Brasil, o negro estudioso (mérito, competição) ou que fale português correto tem atitudes de branco. É preciso usar roupas, gesticulações e gírias de negros. Negro de sucesso é esportista ou artista. Para os racialistas, sucesso nos estudos ou em empresas é coisa de brancos. As ONGs e os noticiários estimulam esta ideia noticiando as atividades esportivas e as bandas de latas como ações afirmativas e de cidadania. Negro com sucesso nos estudos ou no trabalho não é notícia, exceto se tiver conseguido por meio das cotas.
(13)
Alguns amigos me perguntaram:
ResponderExcluir"Mas quem vc entrevistou?"
Entrevista foi o formato que escolhi para expor os argumentos que coletei das pessoas públicas ou não que são pró e contra leis raciais.
Se vc tiver outro argumento pró ou contra deixe escrito aqui.
abs
Raças não tinham conceito biológico como hoje, mas cultural ou religioso. Até o séc. XVIII não existia a ideia de raça por traços anatômicos. O racismo biológico é uma invenção do Iluminismo, da ciência moderna para fins ideológicos e políticos - ideologias totalitárias.
ResponderExcluirTemos o exemplo de uma jovem que acredita ser uma gata, ou o do brasileiro que alega ser um “sereio”. Há até os “transplanetários”, cujo exemplo recente é o do americano que gastou mais de R$ 150 mil para se parecer um ET.
ResponderExcluirhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/sociedade/professora-acredita-ser-uma-transracial/